quinta-feira, 16 de agosto de 2012

o grito

Apenas uma seta na aljava,
somente uma pedra no bornal,
só uma bala no revolver.
não! grita minha alma frustrada,
fatigada, enojada de melindres.
engessada pelo dever de acertar!
Que sujeito inflexível!
Quer imolar-se! é duro como José!
Quem sabe vergastando o corpo, ou alma, não amoleço?
Há que amolecer!
Hei de amolecer!
que luta terrível!
é realmente martírio, caça, luta, batalha, guerra.
Tenho um adversário bem treinado,
pronto para se levantar da maneira mais sutil,
mais subreptícia, imperceptível, ladina,
sorrateira, entrincheirada!
Meu inimigo eu já conheço.
Ele sabe disso, por isso se esconde.
é guerra! Napalm! bombas de neutrons!
Morram, dureza e esquema dos meus dias!
Morre, diabo!
Que me reste a paz e a livre experimentação!
Mais vinho, por favor!
Mais!

Nenhum comentário:

Postar um comentário