Já faz tempo que venho tentando marcar com ela um encontro. Mas sua agenda está sempre lotada!
Ela sempre ocupada com seus muitos amigos! Ultimamente, só de relance, num esbarrão estabanado, é que a encontrava, mas nunca tempo suficiente pra uma conversa que deixasse impressões mais fortes.
Até de seu nome eu já vinha me esquecendo! Agora me lembro: é criatividade!
— Que saudade, amiga! Por onde você esteve? — eu, tentando iniciar uma conversa saudosa com uma velha amiga.
— Agora sou sua amiga? — ela, beirando a indignação.
— Ué? você está magoada comigo? — eu, surpreso.
— Não, só me afastei de você porque você não me queria mais por perto! — ela, solícita.
— Mas eu sempre gostei de você! Por que é que você está dizendo isso? — eu, interrogativo.
— Ultimamente você tava tão ocupado com as suas coisas, que eu achei melhor não interromper. Além do mais, tinha tanta coisa legal pra fazer!! — ela, deixando transparecer suas traquinagens.
— É... parece que eu andei encabulado com algumas coisas! Mas o que você tem feito? — eu, fazendo um mea culpa e querendo saber mais sobre as andanças da velha amiga.
— Ah... o que faço sempre! Conversando com meus amigos: as crianças, os simples de coração, os poetas, os artistas... Gostava de vir conversar com você, mas durante um certo tempo fiquei até com medo, viu?? Nunca mais faça isso!!! — ela, dando um tapinha em mim, como que fazendo as pazes.
— Isso o quê? — eu, alegre por tê-la por perto, mas receoso do que ela diria.
— Ué... essa frieza, esse orgulho, essa necessidade de saber tudo, essa vida tão... tão... preta e branca!
E, depois do dilúvio, Deus fez o arco-íris:
"O meu arco tenho posto nas nuvens; este será por sinal da aliança entre mim e a terra".

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